terça-feira, 12 de abril de 2011

Para um homem sério, não há nada mais afrodisíaco que mulher inteligente

“O que foi?”, perguntou ela, resignada.

“Nada”, respondeu sorrindo. Sabia que ela questionava mais pelo fato de acreditar não ter o que ser admirado do que por um suposto incômodo. “Posso?”, brincou. Mas não era nada. Compreendeu, naquele instante, que o jogo já não era o mesmo. Estava mudado, há muito, cresceram distantes. Hoje, o abismo entre as idades pareceria mais um preconceito infundado.

Nunca soube ao certo o que o encantava nela. Dentre as amigas, irmãs e primas, poderia até não ser a mais bonita, mas seu jeito quieto e analítico de tudo o convidavam a cuidá-la. Sua inteligência, a querê-la. Quando um homem está bem intencionado, não há nada mais afrodisíaco que estar com uma mulher inteligente.
Conheciam-se há uma década, mas ele sempre teve a impressão de ser apenas o moleque engraçado que a faria sorrir de vez em quando. Tinha certeza que ela também. Viu-a crescer em sua carreira, conquista a conquista. Quem a visse, na rua, não imaginaria. Simples, cabeça quase sempre baixa, fala mansa.

A diferença estava em provocar-lhe o sorriso largo, encabular-lhe com um elogio repentino, embebedar-se junto a ela, só para vê-la mais desinibida que o habitual. Dessa vez, havia errado a mão e ficado bêbado, anos-luz à sua frente. Via o carinho com o qual ela conduzia o carro, atenta. E quando um homem está bem embriagado, não há nada mais providencial que uma mulher ‘habilitada’.

“Dá para parar de me olhar assim?”
“Assim como?”
“Ah, vai dormir, vai. Daqui a pouco a gente chega”
“Só vou dormir bem, se você vier comigo...”
“Sonha...”, riu.

Sonhou. Volta e meia, por anos, sem dizer. O encanto da mulher mais velha parecia uma tara adolescente. Com mulher mais velha, tudo é mais fácil. E quando se fala em tudo, é algo que vai muito além do sexo. As complicações, inseguranças, ciúmes, influências da família, dependência emocional, física, financeira... E quando o homem está bem disposto, não há nada mais estimulante que estar com uma mulher mais velha.

Quando pararam, ela sorriu. Soube naquele instante que a venceria. Derrubaria seus argumentos e preocupações, um por um. A venceria na gentileza, na impressão ou no cansaço. Naquele momento, não havia o menino de há tanto. A venceria, e sabia. Porque quando a mulher não sabe o valor que realmente tem, não há nada mais esclarecedor que um homem apaixonado.

2 comentários:

  1. To esperando o meu viu...será q é esse?? :D

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  2. Ed, descobri esse seu outro blog... adoreeeeeiiii!!!
    Linda história!

    Bjão!

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