A verdade é que toda mulher gosta mesmo é de homem canalha

Certa vez um amigo me contou, com surpresa, a história de três jovens que estavam em um bar, conversando. Uma loira ‘jeitosa’, com todas as aplicações de silicone de cavalo disponíveis no mercado público mais próximo, uma morena de longos cabelos, daquele tipo que não fede e nem perfuma, e uma negra de cabelos curtos, bem crespos, e muito bem vestida. Um amigo de uma delas se aproximou, naquela velha pose de macho alfa que quer comer qualquer coisa que der brecha, e cumprimentou com dois beijos no rosto a primeira, com um, a segunda e à terceira, um aperto de mão.

"Tive vontade de pular naquele veado racista”, disse, sem nenhum tipo de preconceito a imbuir seu próprio discurso. Não foi preciso que ninguém o segurasse ou mandasse acalmar para que o ato de violência fosse evitado, apenas um comentário, assim que o playboy saiu de cena, do gênero “Ah! Se eu pudesse...”, seguido de um suspiro da bela supostamente vitimizada há pouco.

Em nada fiquei surpreso. Isso apenas prova que ela era uma mulher. Hoje não há espaço para romances e poesia, elas querem é carne, com nervos duros e incansáveis. Elas querem demonstrar sua infinita independência colocando-se no lugar de submissa, escrava e maltratadas, como lagartixas dormentes na parede, apenas para mostrar que são livres o suficiente para isso.

Elas não querem flores e chocolates. E se você inventar de fazer uma serenata, que seja na internet, para que todas as amigas possam ver e achá-la o máximo, do contrário, ganhará apenas risos. Elas preferem roupas caras, bolsas que não precisam, sapatos que elas podem utilizar apenas uma vez na vida e, então, deixá-los apodrecer no guarda-roupas. Elas pagam a metade da conta do restaurante (toda, de vez em quando, apenas por pirraça ou para mostrar que pode) e não aceitam que você use cupom de desconto em motel.

E, nesse contexto, príncipe encantado não vence jogadores de futebol, pagodeiros inveterados, micareteiros marombados, cantores ‘cheirados’ ou ricos indiferentes. Elas querem sentir a emoção de ser traídas, para poder contar a experiência. Querem sentir nojo do sujeito, mas dizer “dei do mesmo jeito, e gostei” em alto e bom som. Fazem questão de dar chance àquele que não retorna ligações, que ri por trás, que finge paixão como quem acabou de ingerir uma boa refeição. Aos demais? “Não, bonzinho demais...”.

O fato é que os motivos pouco importam. A mulher busca o homem que não presta pela mesma razão que bebemos, fumamos, comemos porcaria, corremos riscos... Porque acha que a sensação vale a pena. Ponto. Simples e prático como suas bolsas cada vez menores. E quando você diz o clássico “Quer namorar comigo?” a resposta mais óbvia e direta é “eu avisei. O negócio é pegar e não se apegar”. E depois reclamam quando dão o braço a torcer ao bonzinho, já desistente de insistir em qualidade, e levam galhas mil... Vai entender?

Leia também: O cafajeste é resultado puro e simples de um coração partido