terça-feira, 25 de setembro de 2012

Somos tão jovens?

Todos os dias, acordamos cedo para ir ao trabalho. Em seguida, faculdade, especialização, yoga, o que seja. Atendemos a ligações do filho, esposa, pai, namorada, sogra, primo, chefe, colega pós-depressivo-pré-suicida... Pagamos conta de luz, água, telefone, internet, financiamente do carro, imóvel, aluguel, escola, fatura do psiquiatra. Dependem de nós, criança, colega de apartamento, de classe, de trabalho, namorada, amante, cachorro, gato, peixe, papagaio, síndico... Nos cobram eficiência, transparência, produtividade, pró-atividade, dinamismo, fluência, caridade, fé, interação, sociabilidade, senso de comunidade, permissividade, honestidade, até com a idade. Nos querem respostas, certezas, verdades...

domingo, 23 de setembro de 2012

A óbvia falta que você me faz...

Eu alucino ao sentir o teu cheiro. Sem mais. Não há fragância que mais inebrie, que mais agrade... Sua essência não é envasada. Eu abomino tua distância. Amaldiçoo cada quilômetro que me separa de teu abraço. Os caracteres não me bastam. O som do teu riso tem que arrepiar o interior de meus ouvidos. E não há telefonia tecnológica o bastante para reproduzir, sem o amargor metálico, toda a doçura que tua voz despeja.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Como sobreviver a uma mulher na TPM

Começa com uma paciência por nada. As cócegas se vão e em vez da risadinha gostosa, um empurrãozinho pedindo que você pare. Ou houve problemas no trabalho ou ela está chegando. Você inventa de cozinhar e ela diz que não está com fome. Pede para abaixar o som do carro, que está com dor de cabeça. Diz o mesmo quando você, todo se querendo, a beija no pescoço e fala como ela está cheirosa. Provavelmente você vai ouvir algo sobre o dia insuportável que demorou a passar e o quão cansada ela está. Pronto. Ela está presente.

domingo, 16 de setembro de 2012

Estamos todos doentes

De alguma forma, eu sempre soube que estava doente. Não seria necessário sentir dor para compreender. Algo parecia incompleto, como se a estrada fosse feita para não ser completada. A sensação era de que seria uma questão de tempo até que as habilidades deixassem sua casa e tudo se tornasse mais difícil. Eu fechava os olhos, seguia em frente, como se nada, de fato estivesse acontecendo e, então, trabalhava. Como se não houvesse outra saída.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Toda "primeira vez" faz diferença no resto da vida de toda e qualquer pessoa

Lembrar de nossas primeiras vezes deveria ser obrigação verificada em cada check-up médico. É o tipo de informação que nos faz melhores, mais humanos. Várias primeiras vezes. De vários tipos. Poderiam ser subtraídos dias de vida de cada homem que dissesse que lembrar de outras primeiras vezes não importa. Faço questão. Meu primeiro beijo de mentira foi no colégio. Daqueles que se finge acidente. Bate e volta, sorri amarelo, como se não tivesse sido planejado, fechando os olhos torcendo para que o rosto não seja acertado.

O de verdade veio quase um ano depois. Na época em que ainda se dizia "só vale se for de língua" e senti-la era um prêmio que tinha que ser compartilhado com os amigos. Claro, posando como se fosse nada demais, como se aquilo fizesse parte do cotidiano. Ela não sabia que era a primeira vez que eu beijava. Foi na velha brincadeira (e que Deus a abençoe) da "salada mista", sem a qual a vida seria bem mais difícil para quem se derretia ao tentar falar com uma menina que se começa a querer mais que amiga. O "durante" foi pura questão de logística: "quantos segundos fico nessa posição? vou pra lá? Mais ou menos? O que faço com essa mão?". A tortura da inexperiência. Alguns anos depois, quando o assunto foi sexo, a tragédia só não se repetir pela opção de ficar bêbado, se juntar a quem não se gostava muito e tentar repetir o visto em filmes proibidos. Claro, deixando muito a desejar. É difícil lidar com a vergonha de quando não se sabe o que está fazendo.
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