domingo, 23 de setembro de 2012

A óbvia falta que você me faz...

Eu alucino ao sentir o teu cheiro. Sem mais. Não há fragância que mais inebrie, que mais agrade... Sua essência não é envasada. Eu abomino tua distância. Amaldiçoo cada quilômetro que me separa de teu abraço. Os caracteres não me bastam. O som do teu riso tem que arrepiar o interior de meus ouvidos. E não há telefonia tecnológica o bastante para reproduzir, sem o amargor metálico, toda a doçura que tua voz despeja.


Eu invejo a água que te banha a cada noite. Que te alisa e relaxa, como a compreensão reconfortante que se espera na volta para casa. Faço amizade com toda e qualquer corrente de vento, na angustiante esperença de que ela te leve um pouco de meu calor, que te embale nos dias em que ache que vai fraquejar, que te conforte nas noites em que a solidão de tuas escolhas te fizerem pensar duas vezes...

Sentir sua falta parece tão óbvio quanto por um pé após o outro na tentativa de seguir em frente. Obviedade latente. Sedutora. Dolorosa. Estar preso a você, ainda que por vontade, é viver desajeitado, incompleto. É remexer-se sempre do lado mais frio da cama. É não querer que outro te toque. É querer machucar quem ousa te ferir lentamente, com palavras ou pensamentos. É insistir em proteger a mais independente das mulheres.

E nas idas e vindas, chegadas e partidas, encontros e despedidas, me refaço. Porque estar ao teu lado é ter um mês de bonança. É aceitar o desafio de se ver, em breve, mais uma vem sem ti, aproveitando apenas o agora. É dar-se por satisfeito em, enfim, olhar-te nos olhos e observar teus dentes revelarem sorrisos espontâneos. Sentir o corpo colado ao meu, em um mesmo passo, a todo e qualquer ritmo. E querer essa dança durante uma música sem fim. É ter, em você, a querida amiga, a pior inimiga, o melhor de mim e o máximo que se possa ter.
 

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