Eu não vou gostar de você porque você acredita. Acredita em príncipes encantados. Em quem possa te resgatar de sua própria ignorância. Em finais felizes, acasos, sem casos. Você não vai gostar de mim porque você acredita. Acredita que o amor tem que arrebatar de repente. Floresce entre inimigos e é proibido entre amigos. Que o seguro, e firme, e recorrente não te faz melhor do que a solidão o faria. Vai acreditando que, no fim das contas, sequer haveria solidão: eu estaria lá. Crente, pronto, certo, sem questões.
O que te desejo, pus em sorrisos. Meus e teus. Escrevi em versos seus, tão meus. Ofereci em ombros, em queixos, em abrigos de mim e cafunés de ti. Eu te achei em meio a teus nevoeiros e te resgatei de si mesma. Ouvi por horas o pranto que fere junto. Cuidei de teu jardim, para outros sentissem o cheiro e colhessem o fruto. A dor é livre. O gozo e amor é "agora para".
Você quer rocha. Em segurança e em prazer. Quer carinho. Ao lamentar e ao fazer. Quer riso. Na tolice e quando menos espera. Quer o homem bruto e companheiro, o inteligente e responsável, o engraçado e compromissado, o presente e sempre diferente, o tradicional e ousado: Prazer, Deixe-me me reapresentar.
Nós não vamos gostar da gente enquanto formos nós. Eu e você não deve mais existir. Somente então, pode, enfim, haver você e eu. Se o sim é o descuido do não, a felicidade é o justo sono das provações e tristezas. Quando a solidão erra o endereço e toda divisão torna-se soma, é no escuro que tudo fica mais claro. Assim, quem sabe?, tato traia visão e, sem perceber, vamos gostando da gente simplesmente porque era assim que tinha que ser...
Parabens! Pelo texto, muito tocante e sensivel. `tempo prova. Reprova. E nos poē a prova. Muito verdadeiro e escrito por alguem que tem sensibilidade e sabe do que esta falando. Continue sempre escrevendo dessa maneira.
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