Guerra é paixão. Do tipo que chega sem que se espere, sem que se perceba. Dança com o requebrado da mais perfumada negra e, na melodia, encontra espaço para o mais doce sussurro. É sangue, pulsação, carne, instinto... É abraço imprevisto, dormir junto mesmo que ao telefone, à distância, é pormenorizar o grito da saudade, as pontes aéreas, as apostas contra o futuro. É a certeza de se estar vivo.
Paz é amor. Que balança cabeça e peito com sintetizadores digitais, chora a rabeca do forró mais melancólico de um sertão desconhecido. Que faz rimas fáceis e refrão pegajoso apenas para se manter presente a todo momento, abusa de guitarras enérgicas para provar um ponto. É mais que querer estar junto. É precisar. É desconhecer nome, idade, cultura, sexo e religião. É desafiar a sanidade da mente vazia e a resistência dos pés cansados, incapazes de desistir do pandeiro convidativo a seduzir a passista.
Paz passa longe de sorte. É construção. É ceder e saber pedir, tolerar e perdoar, respeitar e considerar. Guerra passa longe de momento. É decisão. É trocar o definitivamente passageiro pelo potencialmente eterno, lutar até conseguir. Paixão é rompante, desespero, falta de ar, do tipo que acontece mais de uma vez, ainda que raramente. É festa surpresa e o prazer de férias não programadas, mas sempre esperadas. Romance é juntar tudo isso para se conceber uma história. Daquelas de amor. Este, que é tecno, brega, pop, samba, rock... Todo e qualquer ritmo que faz bater o coração...
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