segunda-feira, 28 de novembro de 2011

De irmão para irmã: o segredo de nós, homens

Desse jeito, você não ganha nada, irmã!
Prezada irmã,

Eu sei, temos nossas diferenças, mas, para seu próprio bem, peço que me ouça com atenção. A série de avisos a seguir é sim, para sua própria felicidade, mas também para a nossa, que não será interrompida por rompantes de TPMs solitárias ou choros intermitentes que insistem em voltar, como quem diz que não foi avisada. Hoje, passo a avisá-la de tudo, então não há mais desculpas.

Se você dá bola para um cara e ele não se mexe para te chamar para sair é porque ele não está interessado em você. Não adianta se produzir ou tentar entender: não rola. Se você está interessada e não dá a mínima para ele, é sim, capaz dele acabar apaixonado, mas esses tempos já passaram. Mais simples é ele enxergar alguém mais fácil (e, acredite, tem muitas) e resolver o que tem que resolver.

Quando um cara não te liga no dia seguinte, só aceite a ligação dele caso alguém a informe que alguém da família dele faleceu. Caso contrário, entenda, esse é o recado mais claro que podemos passar a alguém: "A noite não foi, nem de longe, o que esperava. Que tal fingirmos que não aconteceu?". Não se passe pela louca que liga dois dias depois e ainda acredita quando alguém diz que estava sem crédito ou ocupado demais.
Aliás, maninha, homem apaixonado nunca está sem crédito ou ocupado demais. Damos um jeito de fazer contato. Sem opção, aparecemos na porta da casa, mandamos sinal de fumaça, atendemos à ligação apenas para dizer que não podemos falar e, sim, ligamos horas mais tarde, quando há tempo. Isso não é ficção. O problema é que acontece mais frequentemente quando estamos atrás de quem não presta ou não nos quer, mas não deixa de ser verdade.

Entenda, enquanto é tempo, que não há amor algum na traição. A gente sempre vai dizer houve um lapso, mas que é você quem amamos. Se não dissermos, provavelmente apenas você não notou que já não havia mais relacionamento. Por isso, pense bastante antes de se jogar nos braços de qualquer playboy. Se ele se olha no espelho mais do que você ou comemora suas conquistas dizendo que ter alguém como você não é para qualquer um, provavelmente não reservará espaço além do próprio ego para que você se mantenha na estante dele.

Releve o fato de que todos, invariavelmente todos nós, somos safados. Faz parte de nossa natureza. Alguns conseguem ir além, desenvolver o intelecto, te dar atenção e bancar o sensível, mas, no fim das contas, não é desses de quem você irá gostar e não será ele quem te fará sofrer. O manual é prático. "Não é você, sou eu" significa "não te aguento mais. "Não aconteceu/significou nada" é quase um "Se você fizesse daquele jeito, não teria procurado fora". "Quem é aquela sua amiga?" implica silenciosamente o complemento "com a qual eu preferiria estar". E "Estou preso no trabalho" é 80% das vezes "dei uma escapada com os amigos/a outra".

O segredo para não ter que se preocupar com nada disso, no fim, é não se importar com homem algum. Ser mais que todos nós. Ignorar nossas tentativas de dominação por ter certeza de ser intelectualmente superios às suas amigas, invariavelmente mais perfumada que suas colegas de trabalho, carinhosamente mais atenciosa que sua mãe e sexualmente mais vadia que as mulheres que você critica. Pode ficar apaixonada e derretida, como qualquer dondoca serelepe, só não deixe nenhum deles perceber ou achar, por um segundo, que é mais esperto que você. E aí, você terá todos nas mãos.

Espero ter ajudado e que você me apresente a sua amiga de terça-feira. Ela pareceu nem ter me notado e que cheiro! Que cheiro!

Seu irmão

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