Juliana é um estilo de vida. Com dois 'eles', 'enes' e até 'jotas', tendo direito a 'ipsilons' ou à combinação de todos estes. Não importa. Juliana tem um requebrado privado, um olhar lascivo, daqueles que não se reproduz, nem se repete. Dança como se não houvesse consequências ou um amanhã para se preocupar. Finge estar acima dos elogios e desejos, apenas por saber se encontrar no topo dos mais diversos rankings. Não se importa com os comentários, recriminadores ou puramente maldosos, passa por cima de toda a simplicidade e, ignorando o nome comum, se faz única a cada momento.
Juliana sorri de um jeito engraçado e tem medo de virar ao lado na cama e se encontrar sozinha. Ela toma banho de chuva uma vez ao ano e faz questão de lembrar dos momentos mais divertidos de sua semana. Juliana tem cheiro de jasmim e gosto de jabuticaba. Dispensa jurubebas, mas não caipiroscas. De preferências, feitas com carinho. Ela passa a mão constantemente nos cabelos e posa para fotos sem se preocupar se sairá bem, pois sabe que, neste caso, o problema seria do fotógrafo ou da câmera.
Juliana não é santa. É quando se distancia, e muito, do rótulo de nova Maria, que, um dia, se encontrava em cada esquina. Ela não se dá com facilidade, mas passa longe de ser imaculada. É palpável em cada traço, curva e movimento. Juliana morde o lábio inferior, geme baixinho, como que indicando o caminho das pedras. Aperta a nuca e morde, porque pode; porque precisa; porque quer.
Juliana apaixona quem quer. Rende os mais espertos, os mais diversos. Pede com a gentileza de quem ordena. Me faz criança a cada risada inesperada, sussurro desesperado, ligação antecipada. Desperta saudades em cada segundo de separação, cada quilômetro distante, cada primavera mal aproveitada. Juliana me vive e me mata, sem medo do 'comum', por saber que, de cada uma, só há uma. E em meu próprio jogo, me vence.
Nenhum comentário:
Postar um comentário