Antes de sacudirmos as mãos, há o que você tenha que saber. Tenho humor variável e descontrolado. Um sorriso de canto de boca após um olhar perdido me conquista. Uma palavra fora de lugar me faz descompensar. Tenho dramas e mimos, caprichos e exigências. Não vou pedir ajuda, mesmo quando mais preciso. Perdoo, sem conseguir esquecer.
Antes de desistir de assinar, há o que eu possa garantir. Mesmo no mais difícil dos dias, te farei sorrir. Para todo desconforto, serei teu travesseiro, sofá e, por vezes, roupa. Quando o tempo passar, juntarei teus cacos, admirando cada um deles. Prometo dizer o que sinto quando você menos esperar; e te observar dormindo pela manhã; e fitar teus olhos, a cada dia, como se descobrisse suas cores pela primeira vez; e cumprir cada promessa, que é a mais relevante das promessas.
Na verdade, são poucas cláusulas. Temos direito a nosso espaço, nunca a nossa ausência. Tua distância dói. Temos dever de não levar os problemas de um sono ao despertar seguinte. Pratos limpos à mesa. Que nossa recompensa seja a gargalhada conjunta, o gozo junto, o apoio mútuo à junta. Como indenização, mantenho teu perfume, que tanto busquei, agarrado a cada poro.
Quero fazer um acordo contigo. O despertar será sempre aquecido por um abraço de braço dormente a apoiar pescoço; O dormir será apenas para sonhar um mesmo roteiro. Todo o resto será do meu japonês e teu mandarim, distintos, ainda que semelhantes, comunicando-se pela água e sal de duas peles unidas, autenticadas por opção. Se nenhum de nós persegue e nenhum de nós foge, nos reencontraremos em cada olhar.
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